quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

No silêncio da leitura

O jacará, Cajaré
Veja bem, mas quem diria?
Descobriu que o poeta
Lendo alguma poesia.

Maritaca xexelenta
Prova um milho imaginário:
Espaventa a xexelência
Debulhando o dicionário.

A Pintada toda-toda
Lia limpando o bigode:
Com a força dessas palavras
Nem a minha pinta pode...

Tamanduábracadabra
Deixou daquela ingresia.
Abraçando a enciclopédia,
Biquetava a geografia.

Raposa reparadeira
Pára e brinca com a meleca.
E se alguém cobrasse ingresso
Para entrar na biblioteca?...

O sapo só lê pulando.
Cada pulo é uma vitória!
Pula de um livro pra outro
Na prateleira da história.

A floresta mergulhava
No silêncio da leitura
Quando um big tremelique
Sacudiu a Saracura...

(Retirado do livro: Ofinas de Recreio - Denise Soares Oliveira)